Hallsttat

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Bem vindo! Welcome! Bien Venido! Ça va bien!

Mapa na mão, mochila nas costas, máquinas a postos! Viajar é um dos bons prazeres da vida. Descobrir lugares, gente, culturas. Pode ser um feriado no Capão, um final de semana em PF ou aquelas férias tão sonhadas para a Europa. O que vale é deixar para trás a rotina e por alguns dias mergulhar em experiências que guardaremos para sempre.

Eu simplesmente AMO VIAJAR! Meus amigos pegam no meu pé porque sou daquelas que planejo cada detalhe, que pesquiso, estudo roteiros, e começo a viajar muito antes da data de partida. E como não podia deixar de ser, registro todos os momentos para lembrar e relembrar com os companheiros de estrada e também para compartilhar com aqueles que não estavam lá.

E foi por isso que eu resolvi criar esse blog. Para reviver bons momentos, deixar o pensamento viajar cada vez que passar por aqui e quem sabe me inspirar para as próximas aventuras.

Bon voyage!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Monte Verde sem palavras





Por Zeca Amaral

Existem lugares que nos levam a refletir e observar o quanto somos pequenos diante da natureza, do que temos a nossa mercê e que por vezes deixamos passar despercebido. Monte Verde, sul de Minas Gerais, é um exemplo. Um pequeno paraíso na Serra da Mantiqueira adotado por paulistas, já que fica a 166 km de São Paulo contra 480 km de Belo Horizonte. Um lugar que nos permite a prática de esportes de aventura misturada com contemplação. E foi o nosso caso, como bons turistas que somos. E aí cabe o mérito à Virna, a “madame planejamento”, que descobre ótimas opções de diversão para as nossas viagens. Deveria abrir uma agência de turismo! Rsss...







Hotel La Roccella


Primeira aventura do dia: trilha para a Pedra Redonda. De todos os passeios pelas montanhas, a Pedra Redonda é, talvez, a que proporciona a vista mais bonita de Monte Verde (embora esteja a apenas 1990 metros de altitude, enquanto que os outros picos situam-se a mais de 2000).




Atingir seu cume exige um pouquinho mais de esforço: apesar da trilha ser curta, a subida tem trechos bastante íngremes, mas o trabalho compensa quando se chega lá em cima. Um lindo vale verde, cercado de montanhas e pedras que tiram o fôlego. Aí, é só sentar, relaxar e ficar curtindo o visual. Apesar das outras pessoas presentes, podíamos sentir “o barulho do silêncio”, uma paz indescritível, a sensação de que somos um simples e pequeno elemento de todo esse processo chamado natureza.




De volta do mundo zen, passamos ao processo de subsistência: comer e aquecer a alma com um bom vinho. E foi o que fizemos. “Onde vamos comer?”, nos perguntamos, diante das inúmeras casas de fondeau, chocolates, cafés, barzinhos aconchegantes. Uma lista de dezenas de gostosas opções. Precisávamos achar um lugarzinho especial para marcar a primeira noite que prometia um clima frio e ao mesmo tempo quente, pois tudo na cidade era totalmente temático e favorável para namorar. Tudo perfeito, apesar do frio na madrugada de uma sexta-feira cheia de ideias para lá de quentes! Decidimos comer um fondeau na primeira noite. Passeando pela rua principal da cidade (como em toda cidade do interior que se preza, a vida urbana de Monte Verde se concentra em uma rua), nossa escolha foi a Família Pucci, um restaurante com cara de casinha de montanha. Entramos e nos deparamos com uma cabana tipo “Alpes Suíços,” com lareira, tijolos e pedras aparentes. Ah, e luz de velas, claro! Era tudo que procurávamos. O lugar ideal para comemorar nosso Dia dos Namorados. Rodízio de fondeau: queijo, carne e a deliciosa crueldade de um fondeau de chocolate. E como não podia faltar, o aquecedor de almas, o vinho! Deleite total.





Findo o jantar, coragem para deixar o quentinho desse recanto e encarar a geladeira lá fora. Para ser mais realista, um verdadeiro freezer! Fomos até o termômetro instalado na frente de uma loja, que acabou por se tornar atração turística. Como nós, todos paravam para tirar fotos ao lado do display que marcava 4o - 3 graus a menos que os 7 que faziam antes do jantar.



Nos refugiamos então em um café, onde pedi que o líquido quentinho fosse “temperado” com conhaque vaporizado. Eh, alívio... Conversando com a dona do café, fazendo cera para não entrar na geladeira novamente, descobrimos que a sensação térmica era na verdade negativa: –1o!!! Aí, bateu o desespero. Apesar de bem “embrulhados”, 500 metros nos separavam da próxima geladeira: o carro. Ao chegar, a surpresa: os vidros e o acrílico do teto solar do carro estavam cobertos por uma película de gelo. Entramos correndo no carro e nunca sonhamos tanto que um aquecedor fosse ultra-instantâneo. Finalmente conseguimos chegar ao hotel, depois de queixos batendo, mãos anestesiadas e um verdadeiro rali off road - apesar de ser um lugar delicioso, o acesso para nossa hospedaria era mais trilha do que estrada, dava para fazer parte das opções de lazer de aventura local. Mas o quarto quentinho que nos esperava compensou toda a epopéia. No último dia, ainda tínhamos uma tarefa gastronômica a cumprir: comer truta, também uma das especialidades dessa delícia de lugar. Escolhemos claro, a mais famosa, Paulo das Trutas, lugar simpático, com trutas fresquinhas e deliciosas, servidas com os mais variados tipos de molho.



Ali, fizemos nosso último brinde do final de semana, com uma Paulistana geladinha, para selar a eleição desse lugarzinho encantador como um pequeno refúgio para quando precisarmos tomar fôlego das loucuras da paulicéia desvairada.



Em Monte Verde, não deixe de:

- Fazer a trilha para as pedras. A melhor é a da Pedra Redonda, que proporciona uma vista do vale de tirar o fôlego. Dá para ver a cidade pequeninha lá de cima. A sensação é de quem chegou literalmente no céu. A trilha para a Pedra do Chapéu do Bispo também é legal, mas é mais deserta, e a vista é mais restrita. Mas se tiver com tempo, faça as duas.





- Comer foundeau no Restaurante Pucci. É super romântico, ambiente acolhedor, bom serviço, comida deliciosa. Vários restaurantes de Monte Verde servem rodízio de foundeau, a maioria a R$ 39,90 por pessoa, mas quase todos têm um ar de “churrascaria” que quebra um pouco o encanto. No Pucci é um pouco mais caro, R$ 49,90 por pessoa, mas vale a pena. O lugar é uma graça.

- Tomar um chop no Beija Flor. Se tiver sol, é uma delícia ficar na varanda. E se você der sorte, ainda vai poder curtir um som ao vivo bem maneiro.







- Comer truta no Paulo das Trutas, mas o lugar é legal para ir de dia.


- Tomar um chocolate quente tipo suíço (não lembro o nome do lugar, mas é bem no centro). Aquece até a alma.

- Escolher um hotel bem romântico, com lareira e de preferência uma vista legal. O lugar é especial para ir a dois.

- Comprar umas roupinhas de frio. No centrinho tem várias lojas de malhas de lã, com coisas de bom gosto, a preços acessíveis.


- Parar em uma loja de produtos mineiros. Aí se esbalde entre doces de leite, goiabada cascão, queijo de minas, cachaças das mais variadas, e muitas outras delícias.

- Não deu tempo para nós, mas para quem curte ecoturismo, tem várias opções de passeios, como quadriciclo, cavalo, bóia cross, entre outros. No centro você encontra empresas especializadas que oferecem os serviços com guias.