Hallsttat

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Bem vindo! Welcome! Bien Venido! Ça va bien!

Mapa na mão, mochila nas costas, máquinas a postos! Viajar é um dos bons prazeres da vida. Descobrir lugares, gente, culturas. Pode ser um feriado no Capão, um final de semana em PF ou aquelas férias tão sonhadas para a Europa. O que vale é deixar para trás a rotina e por alguns dias mergulhar em experiências que guardaremos para sempre.

Eu simplesmente AMO VIAJAR! Meus amigos pegam no meu pé porque sou daquelas que planejo cada detalhe, que pesquiso, estudo roteiros, e começo a viajar muito antes da data de partida. E como não podia deixar de ser, registro todos os momentos para lembrar e relembrar com os companheiros de estrada e também para compartilhar com aqueles que não estavam lá.

E foi por isso que eu resolvi criar esse blog. Para reviver bons momentos, deixar o pensamento viajar cada vez que passar por aqui e quem sabe me inspirar para as próximas aventuras.

Bon voyage!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Áustria, um país do outro mundo

No trem de volta para Viena, no final da nossa visita à Áustria, me peguei pensando sobre a escolha desse país para nossa viagem. Quando eu era apenas uma adolescente e comecei a estudar piano, fui apresentada ao universo dos grandes compositores como Bach, Mozart, Chopin e Beethoven. Naquela época, sonhava um dia sentir de perto a atmosfera de paisagens, castelos e cortes e suas muitas histórias que inspiraram esses mestres da música, assim como pintores e escultores que deixaram um grande legado artístico para a humanidade.

Quando me tornei adulta e comecei a investir boa parte do que conseguia juntar para viajar pelo mundo, por um motivo ou outro a oportunidade de conhecer essa parte da Europa não pintou logo. Ao começar a planejar essa viagem, meu marido e eu, a primeira ideia era um tour gastronômico pela Provance, já que ele é chef de cozinha e sonhava conhecer essa região da França, com uma semaninha em Paris para arrematar. Por motivos profissionais, as férias que seriam em setembro acabaram sendo adiadas para o final de outubro, quando o tempo já não estaria tão bom para esse programa de campo. Foi ele quem sugeriu a Áustria como alternativa, e eu não hesitei nem um minuto em concordar, mantendo Paris, bien sur, que é irresistível em qualquer época do ano.

Pois a Áustria não só fez jus à nossa escolha, como conquistou nossos corações para sempre. Um país que viveu décadas de uma riqueza inimaginável, onde nobres viviam cercados de ouro, mármores, cristais da Boêmia, espelhos venezianos, luxo, luxo e mais luxo. E arte. E música. E bailes memoráveis. Como esse povo amou e promoveu a cultura e seus talentos ao longo de sua história! Também, como não se inspirar diante de tanta beleza natural? Montanhas, rios, paisagens que nos levam o tempo todo para dentro de um quadro renascentista. A Áustria de hoje me parece reflexo dessa herança passada entre gerações. Um povo que teve seus dias difíceis, de guerra, perdas, patrimônios históricos dilacerados por bombas, mas que soube se reerguer e reconstruir suas raízes, seguindo o caminho de grande país que é e sempre foi.

Hoje, as histórias passadas convivem em harmonia com modernidade, funcionalidade e precisão, mas sem o stress a que acabamos nos acostumando no dia a dia. Tudo funciona como um relógio, sem sobressaltos, com tranquilidade, respeito e educação. E que hospitaleiros e simpáticos são os austríacos. Ficamos encantados com a gentileza e o carinho com os quais fomos tratados em praticamente todos os lugares pelos quais passamos. Conhecemos figuras queridas nos hotéis, restaurantes e cafés que nos ajudaram a construir esse sentimento de que vale muito, mas muito a pena conhecer a Áustria. Amamos, recomendamos fortemente (não vimos muitos brasileiros por lá) e voltaremos quem sabe um dia. Au bi der zen!

Confira como foi nossa aventura pela Áustria e nossas dicas caso você se anime a visitar esse país encantador:

Viena, tradição e modernidade em perfeita harmonia

Salzkammergut, a impressionante beleza da região dos lagos

Salzburgo, a terra de Mozart



domingo, 17 de novembro de 2013

Viena, tradição e modernidade em perfeita harmonia

Enfim, Viena

Foram praticamente 24 horas no ar. Saímos de casa às 18:00 em ponto rumo a Guarulhos. Com trânsito excepcionalmente bom para o horário, chegamos às 19:15, fizemos o check in, despachamos as malas e flanamos ansiosos pelo aeroporto esperando o horário do nosso voo que finalmente nos levaria para nossas tão esperadas e sonhadas férias. Foram 11 horas de um voo sofrível, mais 4 horas de fuso, 6 horas de espera pela conexão no aeroporto de Paris, 1:40 de um outro voo interno e voilà! Às 22:30, horário local do dia seguinte, enfim, Viena.

 Logo na chegada, a primeira surpresa dessa cidade que nos surpreenderia a cada esquina. Nada de táxi, o que vale aqui é o CAT, ou, City Airport Train, um trem ultra moderno que a cada 30 minutos faz o percurso aeroporto - centro em exatos 16 minutos (Zeca jura que o motorista faz cera para não chegar antes e cumprir o prazo prometido). São 19 euros, ida e volta, e vale cada centavo. Sem falar que a estação Wien Mitte, onde o trem chega, é dentro de um Shopping (de mesmo nome), integrada com a linha de metrô, que possibilita rápida conexão com qualquer ponto da cidade.


E o melhor: em Viena, todas, eu disse todas as estações de metrô têm escada rolante e elevador, ou seja, não precisa se preocupar em dar de cara com uma longa escada que vai te fazer chorar só de pensar em gualgar cada degrau arrastando sua mala. Como já estava tarde, estávamos exaustos da longa viagem e ainda não dominávamos o mapa da cidade, optamos por um táxi (uma Mercedez, para êxtase de Zeca), que em 10 minutos nos deixou na porta do nosso hotel.

Vamos falar do Hotel Kummer, pois esse vale um parêntese.


Esse charmoso "senhor" com mais de 100 anos está altamente em forma. Um prédio histórico super charmoso, que alia sofisticação, tradição e modernidade na medida certa. Hospitalidade ímpar, localização perfeita (em plena Mariahilferstrasse, a badalada rua de compras de Viena) e um quarto do nosso número - confortável e aconchegante. De longe, o melhor hotel da viagem.




Para comemorar, abrimos um Bordeaux superior para acompanhar um autêntico camembert da Normandia. Foi degustando essas iguarias e admirando  a vista da nossa janela do quarto que brindamos nossa primeira noite em Viena, sonhando com a cidade encantadora que nos esperava no dia seguinte.

Desbravando a cidade dos Habsburgo

Após o merecido descanso, tomamos um café reforçado e partimos para explorar Viena. Pegamos o metrô, que aliás para nós é uma excelente forma de explicar o grau de civilidade dos austríacos. As estações de metrô não têm catraca, muito menos fiscal. Compramos nosso ticket (tinha até fila), entramos no metrô e pronto. Circulamos pra cima e pra baixo durante 4 dias e não vimos nenhuma forma de controle. Para nós, brasileiros, que não estamos muito acostumados com essa confiança toda, é no mínimo curioso.

Voltando... Pegamos o metrô e saltamos na Stephansplatz (ou praça de Santo Estevão), no coração do Innere Stadt, o centro histórico de Viena.




O ponto de partida desse tour que fizemos a pé é a majestosa catedral de Santo Estevão (ou Stephensdom para os austríacos). Em estilo gótico, a torre da catedral pode ser avistada a partir de vários pontos da cidade.


Veja o detalhe do lindo telhado de mosaico que adorna as laterais da igreja.


De lá, nos perdemos pelas estreitas ruas e vielas medievais. Viena impressiona de partida. A cidade é deslumbrante com seus prédios históricos, estátuas, fontes e cafés. Para todo lugar que se olha, respira-se beleza, cultura e história.





 Nosso destino era o Complexo Hofburg, que abriga o palácio onde morou a família imperial austríaca e o Museu Albertina. No caminho, paramos para experimentar o famoso cachorro-quente de rua com as deliciosas salsichas austríacas acompanhadas por uma cervejinha gelada, sentados em um banco no calçadão.




Após nosso autêntico piquenique vienense, retomamos nosso tour e entramos no Albertina, que para nossa sorte apresentava uma exposição temporária de Matisse. Depois seguimos para o grandioso Palácio Imperial de Hofburg.


 Um pouco de história...

O Palácio de Hofburg na verdade é um castelo medieval do século XIII, que foi a residência oficial e centro do poder dos Habsburgo, soberanos da Áustria entre 1278 e 1918. Com mais de 2.600 salas e ocupando uma área de 20 hectares, a visita ao palácio revela o modo de vida de Franz Josef e sua amada Sissi (que foi tema até de filme). O complexo é um lugar surreal: louças ornadas em ouro, pratarias, roupas bordadas em sedas, brocados e rendas, quadros e afrescos, e outros objetos mostram a riqueza e soberba com que vivia a realeza. Nunca vimos tanta ostentação em um só lugar, mas ficamos realmente comovidos com a história de Sissi - entregue em casamento a seu primo com apenas 15 anos, teve uma existência marcada por um espírito livre aprisionado aos compromissos da corte e do matrimônio. Após a morte prematura de seu filho, caiu em depressão profunda. Sua tristeza foi relatada nos dezenas poemas que escreveu. Sissi teve um fim trágico: acabou assassinada aos 61 anos, em Genegra, na Suíça, por foi Luigi Lucheni, um anarquista italiano.

Depois de conhecer a trista história de Sissi, fomos repor as energias no famoso Café Sacher - aquele da famosa torta Sacher - que fica pertinho do Hofburg. Como não sou muito amante de chocolate,  optei por uma apfelstrudel (uma deliciosa sobremesa de maçã) e deixei a degustação da famosa iguaria para Zeca, que achou "ok". Minha apfelstrudel estava bem melhor e ele fez questão de registrar que em matéria de chocolate, a torta búlgaro que comemos em Salvador dá de dez a zero na tal da Sacher.


Após um breve descanso no hotel, fomos jantar na beira de um canal do Danúbio, no badalado restô do momento, o Motto am Fluss, recomendado pelo Tripadvisor (www.motto.at/mottoamfluss/). O restaurante é lindo, parece um navio e a comida é superba! Vale a visita.


E assim encerramos nosso primeiro dia em Viena, intenso, com muitos momentos incríveis.


Do luxo surreal do Schonbrunn às delícias gastronômicas do Naschmarket

Nosso segundo dia em Viena amanheceu nebuloso. Uma névoa branca cobria o céu, que permaneceu assim por todo o dia. Apesar de sentirmos falta do sol, confesso que essa bruma deixou a paisagem ainda mais especial.


E assim, partimos para conhecer uma das principais atrações da capital austríaca, o Schloss Schonbrunn, o palácio de verão dos Habsburgos (sim, os mesmo que viviam no Hofburg), conhecido como o Palácio de Versalhes de Viena. Para alcançar o local, que fica fora do centro, pega-se o TRAM, o veículo leve sobre trilhos que circula por toda a cidade (o bilhete do metrô dá direito também a esse bondinho).


Descemos em frente ao gigantesco palácio.



Na entrada principal do palácio tem essas simpáticas carruagens que você pode dar uma voltinha pelos arredores e sentir os ares do tempo dos reis...


A parte interna e o acervo do Schonbrunn se assemelha muito ao que vimos no dia anterior no Hofburg. São vários ambientes com móveis e objetos que pertenceram à família real que passava os verões por aqui. Lembra da história de Franz e Sissi? Na verdade, o Schonbrunn era a casa dos pais de Franz, que nasceu por aqui. A família costumava receber muitos convidados e dar festas e bailes memoráveis. Cerca de 1500 pessoas viviam por aqui. Adorei conhecer a sala onde Mozart se apresentou em público pela primeira vez aos 6 anos...


... e o grande salão aonde rolavam os bailes - dá para imaginar o luxo dessas festinhas!!!


Mas de uma maneira geral, a visita a esse prédio é meio repetitiva se você já esteve no Hofburg. Se seu tempo estiver curto e você não for um aficionado pela história da realeza austríaca, sugerimos dispensar o interior do palácio e dedicar sua visita aos jardins - esses sim, verdadeiramente fantásticos.




Pense naqueles filmes que se passam no século XIX, onde damas com seus vestidos armados passeiam entre arbustos simétricos, acompanhados de cavalheiros com perucas longas, calças curtas e meias brancas. Esse é o lugar!



 No outono, os bosques, estátuas e fontes que circundam os jardins são coloridos por por uma linda combinação de tons de vermelho, laranja e amarelo, que deixam o cenário ainda mais mágico.





Ficamos impressionados com a quantidade de pessoas que usam essas trilhas para correr. Ficamos com vontade de morar em Viena só para malhar nos bosques de Schonbrunn!


No alto da colina (prepare as pernas para a subida) reina a Gloriette, um portal construído no ponto mais elevado do lugar, de onde se tem uma vista esplendorosa do palácio e também de Viena - era assim que os Habsburgos tinham a cidade - a seus pés...


Na saída, paramos ainda para conhecer o interessante Wagen Burg, o Museu das Carruagens. São mais de 60 de todos os tipos: para usar no dia a dia, usadas pelos nobres, as reservadas para cerimônias reais de coração, e também de caça, religiosas, para crianças e até carruagens fúnebres.



Engraçado que eles não divulgam muito esse lugar, cujo acesso fica na lateral direita do palácio (olhando de frente), e o ingresso tem que ser pago a parte, mas vale super a pena. Nós gostamos.

Depois de toda essa caminhada para cima e para baixo nos salões e jardins de Schonbrunn, estávamos mortos de fome! A proposta era comer no Naschmarket, o mercado de rua de Viena. Pegamos o metrô e no caminho, paramos para apreciar os chamados "apartamentos de Wagner", que ficam bem em frente ao mercado. Esses prédios foram projetados pelo arquiteto Otto Wagner e são do período conhecido como Secessão, do qual fizeram parte outros nomes como Gustav Klimt. O mais famoso é o Majolikahaus (o da primeira foto abaixo), todo revestido de mosaicos cerâmicos. Claro que Zeca tirou várias fotos para mandar para Bruno (o filho dele que é arquiteto).




E vamos ao Naschmarket. Pense num pinto no lixo! Assim era meu chef totalmente enlouquecido entre as dezenas de barracas de queijos, embutidos, frutas, nozes, vinhos e tudo o mais que deixa qualquer amante da boa mesa desnorteado.




O lugar é um deleite para os 5 sentidos. Você pode comprar quitutes para montar seu próprio piquenique no quarto do hotel (o que fizemos nessa noite) ou em um dos muito parques e praças da cidade.








Ou se preferir, escolha um dos charmosos restaurantes do mercado, entre italianos, austríacos, árabes, chineses e especialmente um de frutos do mar, onde você pode degustar ostras acompanhadas por taças de espumante - se permita esse pequeno luxo, afinal, você está em Viena. Nós almoçamos no Picolla Itália, onde a comida estava deliciosa.


O mercado é grande e oferece muitas opções, então nosso conselho é que você percorra todo o local antes de escolher onde almoçar (a parte final nos pareceu mais legal que o início).


Para arrematar o passeio, um bom café com uma Sacher Torte ou outro docinho vienense de sua preferência. Na saída, passamos por essa barraquinha decorada para o Halloween. Não resistimos à tentação de registrar!



Nessa noite, fomos assistir a um concerto de orquestra de câmara no Musikverein, a principal sala de concertos de Viena depois da Ópera.


Assistimos a uma apresentação da Mozart Orquestra, com músicos e maestro vestidos com trajes de época, e repertório com peças de Mozart e outros famosos compositores. É meio turístico, mas vale super a pena. A orquestra é excelente, as músicas são maravilhosas e o lugar é deslumbrante.


O ponto alto é a participação do casal de tenor e soprano que canta lindamente algumas peças de óperas famosas como A Flauta Mágica. A voz da soprano é espetacular!


Uma dica: os concertos e óperas de Viena são super concorridos, por isso recomendamos comprar os ingressos com antecedência de pelo menos 2 meses. Você pode comprar os tickets online no site http://www.musikverein.at/ e retirar os ingressos na hora do espetáculo.

 Depois desse dia intenso, decidimos trocar o jantar pela degustação das nossas iguarias adquiridas no Naschmarket no nosso confortável quarto de hotel, com direito a vinho, queijos, pães e outras delícias.



E o Danúbio é azul!

Acordamos dispostos a percorrer as muitas lojinhas que se espalham tentadoras por toda a Mariahilferstrasse. Mas para nossa surpresa (e decepção) estava tudo absolutamente fechado. Ficamos arrasados quando descobrimos que era feriado nacional e nada abriria. Os austríacos são bem rigorosos com essa história de feriado. O comércio fecha mesmo, sem piedade. O dia seguinte era domingo e partiríamos cedo para a região dos lagos. Então, adeus comprichas vienenses... Compensamos em Paris.. Desencanamos e lá fomos nós bater perna.



 Nosso hotel ficava a poucos metros da região conhecida como Museum Quartier, que concentra vários museus de arte moderna. Fomos ao Museu Leopold, conhecer o trabalho de Gustav Klimt, pintor austríaco que destacou-se dentro do movimento Art Nouveau e foi um dos fundadores da Secessão de Viena, movimento que contestava a tradição acadêmica nas artes. Esse é o trabalho mais famoso de Klimt.


 O Museum Quartier é um lugar delicioso e revela o lado contemporâneo de Viena.


 Olha que delícias essas grandes "chaises" plásticas em plena praça, onde você pode se deitar para ler, bater papo ou até mesmo tirar uma soneca.


Do 2o andar do Museu Leopold tem uns janelões fantásticos que dão para a praça. Adoramos a vista!


Seguimos para a Heldenplatz, uma das principais praças de Viena.





Nessa praça, estava acontecendo um grande evento público em comemoração ao Nationalfeiertag, que é o Dia Nacional da Áustria (por isso era feriado). O evento é organizado pelo exército e reúne milhares de pessoas. A programação inclui exposição de tanques e helicópteros de guerra, apresentação de bandas militares e uma feira gastronômica com comidas típicas como salsichas, pretzels, cervejas, etc.



Uma das principais atrações da festa foi esse body jumpimp gigante (segundo eles, o mais alto do mundo, com 192 metros de altura), onde os malucos se jogavam sem parar para deleite do público. Tive que segurar Zeca para ele não se animar e embarcar também na aventura kamikaze. Sinta só o lance nesse vídeo que achamos no You Tube gravado exatamente nesse dia!



Depois de curtir o evento, decidimos conferir se o Danúbio realmente era azul como canta a valsa. Não dá para vir a Viena e ir embora sem dar uma espiada no famoso rio. Pegamos um TRAM  e fomos parar na Swedenplatz, que fica próxima a um canal (o mesmo do restaurante Motton am Fluss que jantamos na primeira noite). De lá, pegamos um metrô e descemos na estação indicada. E ao sair da estação, olha só aonde tínhamos ido parar:


Estávamos em uma ponte, exatamente no meio do rio! Ficamos sem fôlego com tamanho desbunde da natureza. E sim, o Danúbio é azul e lindo de morrer!!!



Caminhando até o final da ponte, chega-se a esse parque nas margens do rio, onde dá para curtir o visual e tirar fotos maravilhosas.



Essa é a ponte onde descemos do metrô...

Do outro lado da margem, descobrimos uma Viena modernosa. Olha só esse prédio que espetáculo.


E com essa missão mais que cumprida, nosso próximo destino era o Grizing, um bairro bem típico de Viena, que abriga uma grande quantidade de Heurigers, as tavernas que servem vinhos austríacos de fabricação própria para acompanhar os pratos típicos vienenses como o schnitzel (na verdade um bife a milanesa acompanhado por batatas), o goulach (um ensopado de carne com molho de páprica) ou a truta (muito encontrada também na região dos lagos).



O Grizing fica no subúrbio, fora do centro, mas dá para ir de TRAM - pegue o de número 38, que parte da estação da Universidade de Viena. A vaigem leva 30 minutos e te deixa bem no centrinho do buxixo. É um restaurante atrás do outro... Parece a Santa Tereza vienense... Almoçamos no Auter Bach-Hengl, um dos mais famosos do local, recomendado pelo Tripadvisor (http://www.bach-hengl.at/). Comemos schnitzel, tomamos vinho em taças e cervejas austríacas.




Depois do lauto almoço, percorremos a região a pé. O lugar é bem charmoso.









Fechamos nosso passeio tomando um café com conhaque para acompanhar o charuto que Zeca acendeu para celebrar o momento.


Uma dica: o ideal é ir visitar Grizing no horário do almoço ou no finalzinho da tarde. A noite acho que o lugar fica meio deserto.

À noite, estávamos exaustos! Mas era nossa último dia em Viena e véspera do aniversário de Zeca, que comemoraríamos oficialmente no domingo. Então, nos enchemos de coragem e fomos para a night. Tínhamos programado ouvir jazz em uma taverna recomendada pelo Tripadvisor chamada Jazzland, localizada na Swedenplatz. Lá chegando, ficamos animados com o burburinho do local que é cheio de pubs. Mas ao entrar no bar, a música era até boa, mas estava lotado, o ambiente estava super abafado (incrível como eles aquecem de forma desconfortável as áreas internas para compensar o frio lá de fora) e um cheiro de cigarro insuportável. Aliás, essa foi uma das poucas coisas que não gostamos em Viena - todo mundo fuma dentro dos bares fechados. É impraticável ficar!

Resolvemos dar meia volta e procurar outro lugar. Acabamos pegando o metrô e indo jantar na região da Stephensplatz, que concentra muitos restaurantes. Jantamos no recomendado Griechenbeisl (http://www.griechenbeisl.at/), um dos mais típicos de Viena.


Tivemos uma refeição sublime, com direito a fois gras de entrada, ragu de cerdo e truta salmonada, acompanhados por um excelente Riesling.







À meia noite em ponto, fiz Zeca passar o maior mico - combinei com o garçom para trazer um pedaço de torta com uma velinha para brindarmos o aniversário dele. O rapaz levou o negócio a sério e me apareceu com um pedação de Sacher Torte com uma vela acesa que mais parecia um foguete! Até os italianos da mesa ao lado entoaram o "Happy Birthday to You". Bem, pela cara dele na foto abaixo não preciso dizer que meu marido queria me matar e depois se esconder debaixo da mesa.


Ele também se emocionou quando recebeu meu presente: um tour gourmand que faríamos ao chegar em Paris (confira aqui como foi).


Foi uma deliciosa despedida de Viena. Na manhã seguinte, partiríamos para Salzkammergut, a belíssima região dos lagos que liga Viena a Salzburgo, que você confere no post abaixo.