Hallsttat

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Bem vindo! Welcome! Bien Venido! Ça va bien!

Mapa na mão, mochila nas costas, máquinas a postos! Viajar é um dos bons prazeres da vida. Descobrir lugares, gente, culturas. Pode ser um feriado no Capão, um final de semana em PF ou aquelas férias tão sonhadas para a Europa. O que vale é deixar para trás a rotina e por alguns dias mergulhar em experiências que guardaremos para sempre.

Eu simplesmente AMO VIAJAR! Meus amigos pegam no meu pé porque sou daquelas que planejo cada detalhe, que pesquiso, estudo roteiros, e começo a viajar muito antes da data de partida. E como não podia deixar de ser, registro todos os momentos para lembrar e relembrar com os companheiros de estrada e também para compartilhar com aqueles que não estavam lá.

E foi por isso que eu resolvi criar esse blog. Para reviver bons momentos, deixar o pensamento viajar cada vez que passar por aqui e quem sabe me inspirar para as próximas aventuras.

Bon voyage!

domingo, 17 de novembro de 2013

Salzburgo, a terra de Mozart

Com a energia revitalizada depois de três dias na incrível região dos lagos de Salzkammergut, com suas paisagens deslumbrantes e muita paz de espírito, era chegada a hora de voltar à civilização. Salzburgo, aí vamos nós. A terra de Mozart é a segunda maior cidade da Áustria (depois de Viena, é claro), mas a parte turística é concentrada em uma área relativamente pequena, então dá para fazer tudo a pé. Reserve de 2 a 3 dias para conhecer a encantadora cidade medieval, que guarda lindas surpresas.


Chegamos no final da tarde. Nosso hotel, o Goldene Ente, era muito bem localizado. No coração do centro histórico, mas por isso mesmo, não acessível de carro. Tivemos que arrastar nossas malas pelas ruelas, mas era pertinho, então não foi um super sacrifício. O hotel fica na Goldgasse, uma rua que deve ter um metro e meio de largura, juro! Mas achamos um deleite.




Devidamente instalados, após sermos recebidos por Francisca, nossa simpática hostess, fomos fazer o reconhecimento da cidade, que prometia ser mais uma das emoções arrebatadoras da Áustria. Saímos para procurar um lugar para jantar, afinal tínhamos almoçado salsichas. Fomos andando pela badalada Getreidegasse, repleta de lojas de grifes - é aqui que os visitantes se reúnem no final do dia para fazer compras e comer.


Simpatizamos com um restô lindo, chamado Blaue Gans (ganso azul), que nos surpreenderia com uma comida de fusão divina - para deleite do chef. Um pouco preocupados com a dolorosa (o restaurante é bem chique...), fomos comedidos nos pedidos, mas ainda assim tivemos um jantar dos deuses.


Voltamos felizes para nosso descanso. No dia seguinte, Salzburgo nos esperava. O dia amanheceu chuvoso e muito frio. O mais frio da viagem até o momento. E assim permaneceria, com o termômetro na casa dos 8o praticamente o dia todo. Mas a chuva e o frio não nos intimidaram. Vestimos nossos casacos, luvas e adjacências e lá fomos nós.



Assim como Viena é a terra de Sissi e dos Habsburgos, Salzburgo pertence a Mozart. São pelo menos 3 museus dedicados ao maior compositor da Áustria - a casa onde ele nasceu, conhecida como Geburtshaus, a casa onde ele morou na juventude, aWohnhaus, e o Mozart Museum, que abriga instrumentos e outros objetos pertencentes ao artista. Visitamos os dois primeiros e conhecemos um pouco melhor a vida desse gênio da música.

Mozart mostrou uma habilidade musical prodigiosa desde sua infância. Já competente nos instrumentos de teclado e violino, começou a tocar aos 5 anos, com 6 se apresentou pela primeira vez em público (em uma sala que conhecemos no Palácio de Schonbrunn, em Viena) e com 8 começou a compor. A carreira dele foi administrada por seu pai, Leopold, e por um período de cerca de vinte anos, Mozart fez extensas viagens pela Europa, se apresentando para as principais cortes do continente europeu, maravilhando a todos com seu talento precoce. Foi autor de mais de seiscentas obras, entre peças para orquestras sinfônicas e de câmera, concertos, óperas, corais e piano. O jovem prodígio teve morte prematura, aos 35 anos, de uma doença não diagnosticada na época.




Mas nem só de música vive Salzburgo. A parte medieval da cidade é cinematrográfica. Seus castelos, palácios e igrejas magistrais nos remetem a 200 anos de história. Seu centro histórico é considerado Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1996.


Essa é a Kapitelplatz. Do alto, o Castelo Hohensalzburg reina majestoso.


 




O gaiato resolveu fazer de conta que estava fazendo xixi na fonte. E ainda me fez registrar o mico!


Imperdível a visita à Residenz, o palácio medieval que foi residência dos arcebispos, um luxo só era a vida dessa turma...





 Essa é a Salzburger Dom, a catedral da cidade. O teto é espetacular!



 Achei bem simpática essa estátua africana exposta na porta de uma lojinha!


Encontramos uma feira de rua, e claro que tivemos que parar!!! Olha só o cortador de queijo. Difícil foi convencer Zeca a não comprar esse singelo souvenir para trazer para casa!



Uma das coisas incríveis que achei em Salzburgo é que todo esse patrimônio histórico da era medieval convive em harmonia com lojas de grife e restaurantes estrelados. No final da tarde, após dedicarem-se a aulas de cultura, arte e história, os visitantes aglomeram-se na Getreidegasse (gasse é rua em alemão) para admirar as vitrines com preços exorbitantes que não são pro nosso bico. Diria que é a "Oscar Freire" de Salzburgo. Mas estávamos de férias e com nossos casacos e cachecóis fazíamos de conta que estávamos em dúvida entre um mantô Gucci de 1.500 euros ou uma jaqueta Hugo Boss de 1.300 euros...


Deixamos para decidir depois e atravessamos a ponte, rumo ao outro lado do rio Salzach.


A paisagem do outro lado é um pouco diferente. As ruelas medievais dão lugar a avenidas amplas, mas nem por isso menos charmosas. Nessa região estão algumas atrações interessantes como a residência de Mozart e os jardins de Mirabell.


Atravessando a ponte, nos deparamos com uma cena que está virando modinha na Europa. Assim como em Paris, os casais colocam cadeados nas muretas da ponte e jogam as chaves no rio, jurando amor eterno. A gente até ficou com vontade de comprar um, mas os ambulantes vendiam a preciosidade pela módica quantia de 15 euros... Como dizemos na Bahia, lá ele! Quem sabe em Paris???


Adoramos essas esculturas que encontramos pelo caminho.



Na Markartplatz está a Wohnhaus, a casa para a qual a família de Mozart se mudou depois que o local onde o músico nasceu nas estreitas ruas medievais do outro lado do rio ficou pequeno para abrigar os pianos que sua fama crescente foi conquistando. Nesse segundo museu, diferente do primeiro que visitamos pela manhã que guarda um acervo de móveis e objetos pessoais da família, o destaque é a coleção de quadros do artista - era uma tradição da família retratar o jovem prodígio para seus admiradores. Mas é incrível a quantidade de obras de origem e autenticidade questionáveis. Parece que todo mundo dizia ter um retrato de Mozart, até que resolveram estabelecer critérios para ajudar a comprovar a origem da obra.


Em frente ao museu, está a entrada para o Palácio Mirabell, hoje sede do Congresso. O legal aqui é visitar os jardins, abertos ao público. Mesmo no outono com poucas flores, achamos lindíssimo.







E já que você está na terra de Mozart, faça como nós e compre um ingresso para assistir a um autêntico concerto de câmera na pequena capela do complexo. Foi um pouco difícil achar o lugar, é meio escondidinho, e tinha bem pouca gente. Mas acho que justamente por não ser muito turístico, foi bem incrível esse programa. Nos deparamos com 2 jovens músicos - um violoncelista austríaco e um pianista romeno - verdadeiros virtuoses. Pelo que lemos no programa, o currículo dessa dupla é recheado de prêmios apesar de não terem completado nem 30 anos ainda. Aliás, uma informação que achei sensacional sobre Salzburgo é que 70% da população local (que gira em torno de 150 mil habitantes) toca algum instrumento e/ou lê partituras. Não é a toa que o Festival de Salzburgo é tão famoso e atrai milhares de pessoas todos os anos.



Voltando para o hotel no final do dia, ainda em estado de graça pela música celestial que ouvimos, encontramos essa pequena lojinha de artigos de Natal que me deixou louquinha! Pena que cada bibelô para pendurar na árvore custava 10 euros! Lembrei de Peg! Se ela estivesse comigo teria feito um estrago e ainda teria me convencido a montar uma árvore novinha em folha toda de bonequinhos de cristal a peso de ouro!!!

Por pouco não pegamos a Feira de Natal de Salzburgo, que começa no final de novembro. Deve ser um sonho!


À noite, seguindo uma indicação do Tripadvisor, jantamos no Wirtshaus Zwettler's, uma autêntica taverna austríaca, onde compartilhamos a mesa com um jovem casal que falava alemão (não conseguimos descobrir se eram austríacos ou alemães mesmo). A comida estava sublime e a cerveja, nem preciso comentar. Optei por uma espécie de Goulash de cogumelos, deliciosamente condimentado, e Zeca comeu um bife braseado com croquetes de batata. Ficamos com água na boca com a sobremesa pedida por nossos convivas de mesa - um suflê de frutas vermelhas com uma cara ótima - descobrimos depois que essa é uma sobremesa famosa de Salzburgo e acabamos experimentado-a no dia seguinte no restaurante do nosso hotel. Nessa noite, não cabia mais nada!


Conforme prometido pela metereologia, no dia seguinte o sol deu o ar da graça (até que enfim!), mas a temperatura despencou de vez para míseros 2 graus no início da manhã, chegando a 9 graus ao longo do dia. Mas com céu azul tudo fica mais bonito, então dane-se o frio!

Dia de conhecer a Fortaleza de Hohensalzburg (aquele castelo em cima do morro que você viu na foto lá em cima). Para chegar no castelo, pega-se um funicular. Do alto, o visual é simplesmente espetacular!!!




Uma coisa bem legal da Fortaleza é o museu de marionetes. Pena que o famoso grupo de teatro estava fora da Áustria, em turnê pelos Estados Unidos.




Tem uma visita guiada que te leva pelas dependências e com o audio guide você vai ouvindo a história do complexo medieval (aliás, quase todo museu da Europa tem esses aparelhinhos, alguns pagos, outros gratuitos). O ponto alto da visita é a torre que tem vista de 360o da cidade. O chato é que você divide os apertados espaços com mais 39 turistas e a guia do castelo fica olhando para o relógio para marcar o tempo de enxotar o grupo para a próxima sala. Mas conseguimos tirar fotos lindas!





Liberados da pequena "excursão", passeamos pela área externa do castelo. Olha que lindo que estava o céu!





E terminamos nossa visita no café, saboreando uma cervejinha e desfrutando do visual de Salzburgo.


É uma imagem para ficar na memória, essa cidade estonteante de tão linda!


Com a visita ao Hohensalzburgo, havíamos cumprido o roteiro de lugares emblemáticos da cidade. Então, decidimos alugar uma bike e passear nas margens do Rio Salzach. Assim como em muitas cidades da Europa, Salzburgo também tem o democrático sistema de empréstimo de magrelas, como o nosso Bike Sampa. É bem simples de usar - na própria estação tem um totem eletrônico em que você se registra ao preço de 1 euro. O empréstimo da bike é free na primeira hora e mais 1 euro por hora adicional. Mas atenção - a proposta aqui é mais turística e só existe esse ponto de bike na cidade, então você pega e devolve no mesmo lugar.

Enfim, pegamos nossas magrelinhas e demos uma deliciosa pedalada na ciclovia que margeia o rio. A vista, bem, já estou ficando repetitiva, é linda de morrer!









Na nossa última noite em Salzburgo, jantamos no restaurante do Hotel Goldene Ente, que é super bem recomendado pelo Tripadvisor. Realmente, adoramos o ambiente e a comida (aliás, todas as noites tomávamos drinks por aqui antes de dormir). E finalmente comemos a tal sobremesa de frutas vermelhas. Parece apetitosa, né? Mas achei meio sem graça. Esperava mais...



E assim nos despedimos da terra de Mozart e iniciamos nossa despedida da Áustria - no dia seguinte, pegaríamos o trem para Viena, e de lá, um voo para Paris, nosso próximo destino.


Um comentário:

  1. Amei todo o seu registro. Iremos p Salzburg daqui a 4 dias e suas informações me foram bem úteis!!!
    Parabéns

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